Postura humanóide, rodas no lugar de pernas, dois braços articulados e cara de… um urso de brinquedo. Este não é um personagem de desenho animado. Trata-se do RIBA (Robot for Interactive Body Assistance) um robô projetado pelo Instituto Japonês de Pesquisa em Química e Física (RIKEN) e a Tokai Rubber Industries para auxiliar enfermeiras no transporte e cuidado com pacientes idosos.
Com baixa taxa de natalidade o Japão tem uma população idosa em expansão, e enorme preocupação em como cuidar de seus cidadãos em idade avançada. Há milhares de enfermeiras dedicadas a esta tarefa em todo o país, mas muitas delas sofrem lesões na coluna ao tentar ajudar seus pacientes. Daí a idéia do robô. Com seus braços o RIBA pode levantar até 61 quilos, facilmente carregando um idoso nos braços para trocá-lo de cama ou colocá-lo em uma cadeira de rodas.
De acordo com o site Pink Tentacle o enfermeiro de lata tem um sistema de reconhecimento de faces e vozes, e pode responder a comandos falados e identificar colegas de trabalho. Também é capaz de usar câmeras nos olhos para mapear ativamente o terreno e se esquivar de obstáculos. Seus braços são revestidos de espuma de uretano, para que sejam macios ao toque e mais confortáveis para quem está sendo carregado, e os motores são silenciosos para não perturbar outros pacientes nos quartos.
Mas porquê a cara de urso de brinquedo? Segundo os criadores, dar à máquina um rosto humano seria assustador para os pacientes, devido ao fenômeno conhecido como “Uncanny Valley”: à medida que um rosto artificial se torna mais similar a um rosto humano, chega um ponto em que em vez de despertar simpatia ele se torna repulsivo ou amedrontador.
Isso ocorre porque ainda não é possível reproduzir nuances de nossas faces que são facilmente detectadas por nosso cérebro, que dispara o alarme: “fuja, ele não é humano!”. A dúvida é sobre o que seria pior: um robô quase-humano ou um urso de brinquedo sorridente com 1,60 m de altura vindo em sua direção com os braços estendidos.
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