quarta-feira, 1 de julho de 2009

Um primeiro mergulho no Google Wave



O Google Wave não é uma marolinha. O novo serviço do Google, que deve ser lançado ainda este ano, pode provocar um baita tsunami na web.

Não resta a menor dúvida de que o Wave tem potencial para desencadear uma revolução. A ferramenta mistura e-mail, mensageiro instantâneo e wiki, mas vai muito além disso. Extensões dos mais variados tipos podem adicionar funcionalidades ao serviço ou facilitar a execução de tarefas pela web. Entre os diferentes tipos de complementos, os que mais se destacam são os robôs. Isso mesmo. São pequenos programas que funcionam como assistentes: basta adicioná-los a uma conversa para que eles comecem a trabalhar.

Para quem não leu nada ainda sobre o serviço, vale explicar que cada “wave” começa como uma mensagem simples. Aí, basta adicionar mais participantes ou robôs. A conversa pode seguir do modo tradicional, com uma resposta seguida da outra, ou em tempo real, como em um bate-papo por MSN – à medida que os usuários escrevem, os caracteres já aparecem na tela. É possível acrescentar mapas, arrastar imagens direto de uma pasta para o navegador, anexar arquivos e pesquisar no Google e incluir alguns dos links encontrados na wave. As possibilidades são inúmeras.

Dá para conhecer algumas das extensões já disponíveis em dois sites: o Wavety.com e o Wave Samples Gallery, este último localizado dentro do Google Code. O Bloggy permite postar o conteúdo de uma wave direto em um blog. O Tweety deixa escrever e ler mensagens no Twitter. O Dr. Weather mostra a previsão do tempo de acordo com a cidade digitada, para hoje e para os próximos três dias. A Eliza bate um papo com o usuário. O Convertsy converte medidas. Já o Roshambo joga pedra, papel e tesoura com você.

É possível ainda adicionar gadgets a uma wave. Um jogo de Sudoku, por exemplo. Ou uma partida de xadrez. Ou fazer um desenho no estilo do Paintbrush. Ou criar um mapa, gerado a partir de um endereço digitado. Com tudo isso incluído em um mesmo produto, quem vai querer enviar e receber e-mails pelas ferramentas tradicionais, como Gmail, Windows Live, Yahoo!? Não vai fazer nenhum sentido.

A grande dúvida é se os desenvolvedores do Google vão conseguir deixar o Wave pronto ainda em 2009, como têm prometido. No primeiro contato que tive com o serviço, deu para perceber por que poucas pessoas têm acesso aos convites: a versão aberta para desenvolvedores tem muitos bugs e falta implementar uma série de funções.

Conseguimos acessar o site por três navegadores: Chrome 3.0.190.4, Firefox 3.5 e Safari 4. O Internet Explorer 8 não é suportado. Algumas funcionalidades, como o corretor ortográfico Spelly, não estão funcionando muito bem ainda. Além disso, quando você cria um mapa em um wave, é muito difícil de deletá-lo. Também não é possível excluir contatos.

Vez ou outra, durante o uso do serviço, apareceu uma grande mensagem de erro que lembrou o “Bad, bad server, no donut for you” dos primórdios do orkut: “‘Everything's shiny, Cap'n. Not to fret!” Unfortunately, you'll need to refresh. Wanna tell Dr. Wave what happened?’”. Ou então: “This wave is experiencing some slight turbulence, and may explode. If you don't wanna explode, please re-open the wave. Some recent changes may not be saved.” Opa! Explosão? Deu medo. Há muitos bugs mesmo.

É fato que o Wave ainda está muito cru. O engraçado é que, apesar disso, dá vontade de usá-lo e descobrir tudo o que se pode fazer. Impressionante ver também como os desenvolvedores parecem engajados em criar extensões para o serviço, antes mesmo de ele ter estreado. Tudo isso mostra como ele tem futuro. A contagem regressiva começou. O maremoto está vindo.

//Por Mauricio Moraes

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